Como a Resolução 753 da IATA pode ser implementada e quais são os requisitos mínimos?
Como mínimo, a resolução exige algum nível de escaneamento manual, mas soluções automatizadas também devem ser consideradas. O principal objetivo é simplesmente garantir que a bagagem tenha chegado ao seu destino e sido reconciliada com seu legítimo proprietário no momento correto.
As bagagens precisarão ser rastreadas por meio de leitores automatizados ou por funcionários utilizando dispositivos móveis portáteis. Outras tecnologias, como dispositivos habilitados com Sistema Global para Comunicações Móveis (GSM)/Sistema de Posicionamento Global (GPS), Identificação por Radiofrequência (RFID) e beacons, também podem ser utilizadas.
Há várias opções que já são amplamente utilizadas nas áreas de carregamento de aeronaves e de transferência, mas que raramente são vistas na área de chegada:
- Escaneamento manual – pode ser feito sem um sistema automatizado de manuseio de bagagens, mas requer muitos recursos de pessoal e terminais portáteis. Cada item de bagagem deve ser manuseado manualmente e o processo pode ser lento.
- Leitura a laser da etiqueta da bagagem – essa é uma tecnologia de leitura automática de etiquetas (ATR) amplamente utilizada na maioria dos sistemas automatizados de manuseio de bagagem, embora não possa garantir 100% de legibilidade. Como as etiquetas com código de barras são facilmente danificadas durante o manuseio, sua legibilidade é quase sempre reduzida no momento em que a mala chega ao destino. Cada vez que uma mala é manuseada, a etiqueta fica mais danificada e amassada. Os scanners automatizados de código de barras a laser talvez não consigam ler o número da etiqueta da bagagem, e ela terá de ser desviada para uma verificação manual, o que leva mais tempo na conexão.
- A tecnologia de Leitura Automática de Etiquetas pode ser complementada ou substituída por câmeras. Esse tipo de tecnologia de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR) e Sistema de Codificação por Vídeo (VCS) é amplamente utilizado na indústria de encomendas, e os softwares OCR e VCS podem ajudar a identificar números de voo e códigos de aeroportos. A integração de um VCS ao Sistema de Manuseio de Bagagens (BHS) na área de despacho permite que as informações da origem da bagagem sejam codificadas enquanto ela permanece em movimento dentro do BHS principal. Isso economiza tempo valioso ao garantir que o fluxo de bagagens não seja interrompido, além de liberar a equipe operacional da necessidade de permanecer em uma estação fixa de codificação manual. Um Leitor Óptico de Caracteres (OCR) opcional também pode ser integrado ao nível do servidor como tecnologia complementar para minimizar o número de etiquetas não lidas. Para a Resolução 753, câmeras podem ser instaladas em todas as esteiras de chegada e transferência no aeroporto para que códigos de barras não legíveis sejam processados remotamente a partir de uma sala central de codificação VCS. Um único sistema de escaneamento com codificação por vídeo pode resolver a leitura das etiquetas de bagagem para toda a instalação, potencialmente incluindo várias companhias aéreas.
- RFID – inclui chips de RFID que contêm informações armazenadas eletronicamente incorporadas em uma etiqueta e oferecem uma legibilidade muito alta, quase 100%, com pouquíssimas “não leituras”. O conceito de RFID é semelhante ao de código de barras, mas, em vez de uma etiqueta impressa com informações estáticas que requerem leitura com linha de visão, ela contém um circuito integrado dinâmico e específico do aplicativo (ASIC) que pode ser lido e/ou gravado em cada etapa da cadeia. Ele não exige a leitura da linha de visão e, portanto, é mais rápido. Além disso, se as companhias aéreas seguirem a Prática Recomendada 1740c da IATA, isso garantirá a compatibilidade da tecnologia com os sistemas de dados das companhias aéreas para que as etiquetas RFID sejam usadas no ambiente de manuseio de bagagens entre linhas.
As etiquetas RFID são superiores nesse aspecto, mas a principal barreira para sua utilização sempre foi o custo — há um custo mais elevado por etiqueta. No entanto, embora as companhias aéreas tenham que arcar com esse custo, os aeroportos também seriam os principais beneficiários.
As etiquetas RFID já demonstraram sucesso na bagagem de transferência, pois a “taxa de leitura” é mais alta. Elas continuam legíveis mesmo quando amassadas ou molhadas, e o custo de uma etiqueta pode ser justificado pela redução de bagagens que precisariam ser encaminhadas para codificação manual, caso não possam ser lidas automaticamente.
A Resolução 753 pode incentivar o uso de etiquetas híbridas de papel para bagagem, que combinam uma antena RFID com um código de barras; uma alternativa seria o uso de etiquetas RFID permanentes, que são incorporadas de forma definitiva à mala ou fixadas como uma etiqueta que o passageiro sempre prende à sua bagagem ao viajar. À medida que aeroportos e companhias aéreas modernizam seus processos de manuseio de bagagem, essa tendência tem grandes chances de se tornar o próximo grande avanço na gestão de bagagens. Grandes aeroportos internacionais, como Hong Kong e McCarran (Las Vegas), já realizaram esse tipo de modernização e atualmente utilizam essa tecnologia.