O QUE VEM POR AÍ?: O QUE ESPERAR DO COMÉRCIO ELETRÔNICO GLOBAL EM 2023

Ano passado, o mercado global de e-commerce registrou um declínio no crescimento exponencial que teve nos últimos anos. Descubra o que os centros de fulfilment podem esperar para o próximo ano em tendências globais de comércio eletrônico.

Por BEUMER Group

 

Em 2022, o mercado global de e-commerce registrou um declínio no crescimento exponencial que teve nos últimos anos. Embora a queda no crescimento deva continuar no próximo ano, a desaceleração será mínima.

Pelo menos é o que a pesquisa de mercado está indicando. Analisamos algumas estatísticas do e-commerce global e suas taxas de crescimento, assim como as tendências que os centros de fulfilment de e-commerce devem ficar de olho.

AS ESTATÍSTICAS: QUAL É O TAMANHO DO MERCADO GLOBAL DE COMÉRCIO ELETRÔNICO?

O mercado global de e-commerce vivenciou um crescimento vertiginoso nos últimos anos, motivado principalmente pela pandemia global.

No entanto, em meados de 2022, vimos previsões que indicavam um declínio no crescimento, com a eMarketer informando que as vendas globais de comércio eletrônico aumentariam apenas 9,7%. Segundo a eMarketer, esse seria, de longe, o ritmo mais lento de expansão desde que a empresa começou a monitorar os números em 2011.

No entanto, ela observou que as quedas no crescimento do e-commerce global seriam mínimas nos próximos anos.

De fato, a expectativa é que as compras on-line atinjam 20,8% em 2023, um aumento de dois pontos percentuais na participação do mercado de comércio eletrônico em relação a dois anos atrás, que era de 17,8% do total de vendas. E espera-se que esse crescimento continue, chegando a 23% em 2025.

De acordo com o Relatório e Previsão do Mercado de Comércio Eletrônico Global e dos Estados Unidos, o tamanho do mercado global de e-commerce (avaliado em 7 milhões em 2022) deverá crescer para 20 milhões até 2028, com um CAGR de 17.

Para centros de fulfilment e operadores de logística, o futuro do e-commerce global continua sendo muito promissor, apesar de ter sofrido uma pequena queda.

VENDAS GLOBAIS NO VAREJO

Segundo a Statista, no mercado global de e-commerce, as vendas no varejo online chegarão a US$ 6,51 trilhões até 2023.

No que se refere às vendas de varejo on-line, muitos mercados nacionais já registraram um crescimento de dois dígitos no comércio eletrônico desde 2020. Veja por exemplo:

  • A América Latina registrou US$ 104 bilhões em vendas por e-commerce em 2022, um aumento de 22,4% em relação aos US$ 85 bilhões em 2021.
  • A Índia teve um crescimento de 25,5% nas vendas em 2022 e é um dos mercados de e-commerce que mais cresce no mundo.
  • A previsão é de que o mercado do Reino Unido cresça em US$ 85,7 bilhões (+42,88% nos próximos anos).

Em 2022, os cinco principais mercados de comércio eletrônico foram China, Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Coreia do Sul, e a expectativa é de que continuem como principais mercados até 2025. Os números das vendas on-line desses mercados líderes são os seguintes:

  1. China: Foi responsável por 46,3% de todas as vendas mundiais de varejo no e-commerce (valendo pouco mais de US$ 2,8 trilhões). Ela tem o maior número de compradores virtuais do mundo (39,4% do total global).
  2. EUA: Teve um pouco mais de um terço da participação em relação ao mercado da China e a previsão é que atinja mais de US$ 1.111 bilhões em 2023.
  3. Reino Unido: o Reino Unido ficou com 4,8% da participação nas vendas de varejo do comércio eletrônico.
  4. Japão: O Japão foi responsável por 3% do comércio varejista global de e-commerce.
  5. Coréia do Sul: A Coréia do Sul registrou 2,5% das vendas globais.

Essas são algumas das estatísticas e previsões sobre a saúde do mercado global de e-commerce. E quanto aos acontecimentos globais que podem afetar os operadores de logística? Veremos isso na sequência.

 5 TENDÊNCIAS DO E-COMMERCE GLOBAL QUE NÃO DEVEM SER IGNORADAS

Sabemos que nada permanece inalterado e, mesmo depois de sofrer uma queda econômica de dois anos, os mercados globais continuam a enfrentar incertezas consideráveis.

Diante desse ambiente imprevisível, consideramos que as cinco tendências a seguir são as mais urgentes e merecem atenção dos centros de fulfilment de e-commerce.

1. ALTAS TENSÕES DA INFLAÇÃO GLOBAL

Não há dúvidas de que as preocupações com a pandemia global, pelo menos por enquanto, deram lugar a preocupações com conflitos geopolíticos, inflação elevada, insegurança energética e apreensão quanto a uma possível recessão global.

Em outubro de 2022, o Fórum Econômico Mundial divulgou que as preocupações com uma inflação desenfreada superaram as preocupações com a COVID-19, a pobreza e a desigualdade social, o desemprego e a geração de empregos.

Fonte da imagem: Fórum Econômico Mundial 

Ainda que as pessoas continuem gastando dinheiro, as marcas globais têm que lidar com a ameaça da inflação, da macroeconomia e das situações geopolíticas.

A previsão é de que, mesmo para as empresas ricas em dinheiro, os investimentos em tecnologia (como soluções de e-commerce) e recursos tecnológicos ajudarão a promover o crescimento. Para os operadores de logística, o aumento da automação e o uso de soluções digitais serão cruciais para conseguir reagir e modificar seus processos e atender às circunstâncias emergentes.

2. DISRUPÇÃO DAS CADEIAS GLOBAIS DE SUPRIMENTO

Por anos, os pilares do gerenciamento da cadeia de suprimentos foram a globalização, os suprimentos de baixo custo e os estoques mínimos.

No entanto, a COVID-19 rompeu as cadeias de suprimentos em todo o mundo e esse impacto não pode ser subestimado. Ela fez com que as empresas desenvolvessem a resiliência da cadeia de suprimentos e avaliassem como futuras interrupções podem ser evitadas e como restabelecer rapidamente sistemas, se necessário.

Infelizmente, as interrupções na cadeia de suprimentos são cada vez mais frequentes e severas. De acordo com a McKinsey, as interrupções na produção industrial ocorrem atualmente a cada 3,7 anos

Os especialistas preveem que os sistemas poderão se “normalizar” em 2023. Mas, mesmo que isso aconteça, a pandemia expôs as vulnerabilidades da rede logística global a futuras instabilidades políticas, desastres naturais e mudanças regulatórias.

A flexibilidade da cadeia de suprimentos surgiu, portanto, como um fator crítico para os negócios.

3. O COMÉRCIO MÓVEL CONTINUARÁ A CRESCER

Um dos fatores que impulsionam o crescimento do comércio varejista on-line é o uso global de smartphones e tablets.

Tanto os comerciantes quanto os compradores usam cada vez mais os aplicativos de compras móveis, sendo que um em cada cinco compradores norte-americanos afirma usá-los várias vezes ao dia. Os aplicativos de compras próprios das marcas, a tecnologia sem fio 5G e as compras sociais convergiram para tornar esse comércio móvel – ou m-commerce – mais fácil.

De fato, a previsão é de que o comércio móvel ocupe 6% do total de vendas no varejo em 2022, um aumento em relação aos 4,1% de 2019. E até 2025, estima-se que as vendas do comércio social – aquelas que ocorrem em plataformas como Facebook, Instagram e TikTok – triplicarão.

Quase metade dos consumidores chineses já faz compras nas redes sociais, e podemos esperar um crescimento ainda maior em todos os mercados com o surgimento de aplicativos de compras próprios das marcas, mais campanhas de marketing por SMS e pelo Facebook Messenger e ainda mais conteúdo de comércio social no TikTok e no Instagram. 

4. O SURGIMENTO DO LIVE SHOPPING E DOS CANAIS MISTOS

Uma extensão desses canais de comércio móvel também está surgindo com as compras ao vivo, que estão se tornando cada vez mais populares.

Para os que não sabem, esse fenômeno se baseia na ideia de que o futuro das compras é o vídeo. Ele proporciona uma experiência que se assemelha muito às compras presenciais, em que os compradores podem assistir às pessoas (por exemplo, influenciadores) experimentando os produtos em tempo real e fazendo comentários. Pense nos canais de compras da televisão dos anos 1970-80, especializados na venda de artigos para o lar, moda e produtos de beleza. O conceito é o mesmo, mas agora acontece em telefones celulares.

 O Live shopping deslanchou com força total na China, onde é previsto que o mercado ao vivo aumente de US$ 2,27 bilhões em 2021 para US$ 4,92 bilhões em 2023. Ele também está crescendo como um canal de marketing em outros mercados, como os EUA, onde 20% dos compradores on-line disseram ter participado de live shopping.

 De acordo com a McKinsey, até 2026, as vendas por live shopping podem representar até 20% de todo o e-commerce. 

5. DOMÍNIO CHINÊS E PAÍSES DO BLOCO ÁSIA-PACÍFICO

De acordo com as projeções, as vendas de comércio eletrônico no varejo na região Ásia-Pacífico serão maiores do que no resto do mundo em conjunto até 2023.

Em 2022, por exemplo, as vendas de comércio eletrônico da China totalizaram aproximadamente US$ 2,8 trilhões. Isso é mais do que o dobro do mercado dos EUA. E essa disparidade é ainda mais acentuada no B2B, já que os países da APAC e a China continuam a melhorar suas estruturas industriais.

É preciso lembrar que, com cerca de 632 milhões de usuários de Internet, a China é o maior mercado de comércio eletrônico e o que mais cresce no mundo.

 

RESUMINDO

Todos os dados, pesquisas de mercado e tendências falam de um mercado de e-commerce que se tornou uma parte importante da economia global, e isso não deve mudar. Apesar de enfrentar algumas adversidades, o mercado deve seguir crescendo, proporcionando aos centros de fulfilment de e-commerce inúmeras oportunidades de crescimento. No entanto, para atender a esse mercado, será importante que os centros de processamento de pedidos trabalhem para otimizar suas operações a fim de reduzir custos e recursos usando mais automação e tecnologias digitais.

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